Cartão postal com vista para a praça da Jangada, na praia de Areia Preta.
Essa praça, inaugurada juntamente com o calçamento da avenida, o
trampolim e a balaustrada, fez parte do projeto de urbanização ocorrido
na praia de Areia Preta. Foi entregue à população em 4 de janeiro de
1956.
Essas pedras, em frente a praça da Jangada, foi palco de um triste acidente ocorrido no fim da tarde do dia 9 de agosto de 1965.
Nesse desastre, ocorrido com um avião da FAB, perderam a vida dois jovens oficiais aviadores, bastante ligados à sociedade.
Um dos mortos era o Capitão Adolfo Peixoto de Melo, casado com Srª Ana Madalena, filha do Vice-cônsul da Espanha em Natal.
O outro era o Tenente Carlos Schmidt Filho.
Dos três tripulantes da aeronave, apenas o Sargento José Otacilio Santana conseguiu salvar-se.
Em treinamento de rotina comandado pelo capitão Peixoto, o avião de
instrução da FAB, um B-26 e de referência 5151, de repente sofreu pane
nos motores. O capitão procura então fazer uma aterrissagem forçada em
Ponta Negra, mas, verificando a impossibilidade de descer nessa praia,
segue em direção a praia do Meio. Infelizmente a aeronave só consegue
chegar até Areia Preta, bem defronte a praça da Jangada.
Minutos
antes de cair próximo a essa grande quantidade de pedras, a Base Aérea
acompanhou pelo rádio os gritos do Capitão Peixoto e do Tenente Schmidt,
que pediam desesperadamente socorro à torre de controle.
O capitão
Peixoto e o tenente Schmidt, comandantes dessa aeronave, pertenciam ao
5º Grupamento de Aviação e tinham sido recentemente premiados com o
troféu de segurança de voo pelo Governo dos Estados Unidos.
Exatamente às 15:55 da tarde o capitão Peixoto avisou pelo rádio que o
avião estava em pane. Sem explicar qual era o problema, informou que ia
tentar um pouso de emergência na beira da praia de Areia Preta.
Dois
minutos depois foi o primeiro a avisar dramaticamente: "Estamos prestes
a concluir nosso último voo. Impossível o pouso. Tudo leva a crer que
chegamos ao fim".
No minuto final o avião bateu contra a água, voltou novamente e em seguida desapareceu.
O único sobrevivente, o sargento José Santana, operador de voo, ao
sentir o desastre iminente, abriu a porta do avião e jogou-se ao mar.
Pouco depois era recolhido por pescadores que se encontravam nas
proximidades.
Antes de seguir para o Cemitério do Alecrim, os
corpos dos dois oficiais, encontrados entre as pedras na manhã do dia
12, foram velados em meio a grande multidão na capela da Base Aérea de
Natal. Um guarda de oficiais e sargentos foi formada no local, enquanto
aviões sobrevoavam a capela.
Hoje, um dos espectadores
sobreviventes daquela época, o único que poderia narrar com precisão
todo o ocorrido naquele fim de tarde, é o há muitos anos solitário e já
nonagenário coqueiro da extinta praça da Jangada.
Fotógrafo: Jaeci Galvão
Ano: Por volta de 1960
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