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sábado, 31 de dezembro de 2016

Ponte rústica do jardim da praça Augusto Severo


Cartão postal com vista de parte do jardim da praça Augusto Severo em por volta de 1915.

Na imagem aparece a única ponte que, conhecida como rústica, existia no interior do grande jardim. 
Essa ponte, e ainda outra construída em alvenaria, eram as únicas que existiam sobre canal que circundava em um dos lados da praça.
Com exceção da ponte de alvenaria, tudo aqui foi destruído em fins de 1937. Nesse ano a praça passou por uma reforma que a fez reduzir seu tamanho pela metade.
A nova praça Augusto Severo foi reinaugurada em 12 de maio de 1938.

Fotógrafo: Não informado
Ano: Cerca de 1915

Quintas - Natal


Nesse cartão postal aparece um trecho, aqui irreconhecível, do subúrbio conhecido por Quintas.

Quintas? Certo, mas, onde?

Desde o início do século 18 que essa região é citada com esse nome.
Seu primeiro dono, Pedro da Novoa. Assim era mais conhecido o capitão Pedro Gonçalves da Nova.
Ficou tão conhecido na região que o antigo riacho das Quintas ficou sendo chamado de rio de Pedro da Novoa.
Segundo Câmara Cascudo, "em  20 de março de 1784, Mônica da Nova, donzela de idade crescida, filha do capitão Pedro da Nova ou Novoa, requereu a data de Quinta Velha, com o respectivo foro, para melhor conservação e posse. O que lhe foi deferido.
O riozinho, rio de Pedro da Novoa no século 18, rio das Quintas no século 19 e 20, era no século 17 o Cuemassu ou Coemassu".

Assim foi as Quintas.
Na época dessa foto era ainda um pequeno e disperso bairro. Se encontrava em um caminho, aberto ainda pelo velho Amaro Barreto há muitos anos, que seguia para o sertão. Ficava à beira da estrada que leva ao Seridó e ao Oeste, por Macaíba. 

Fotógrafo: Jorge Mário
Ano: Fim dos anos 40.

Praia de Areia Preta - Trampolim da "morte"

Em uma das praias de Natal mais fotografadas entre as décadas de 30 e 60, o fotógrafo Luiz Grevy fotografou o trecho que mostra o Trampolim no momento de mais um salto entre as pedras.

Essa obra fazia parte da urbanização ocorrida nas praias do Meio e Areia Preta, isso quando Sylvio Pedrosa fora chefe do executivo municipal e estadual entre os anos de 1946 a 1956. Essa foi uma construção criticada por muitos por ter sido construída, segundo alguns, em local inapropriado, pois ficava em local onde havia grandes quantidades de pedras. Sendo assim, desaconselhável para a prática desse esporte.
Durante anos vários acidentes ocorreram ali.
Entre os fatais, um dos mais comentados foi o que tirou a vida do jovem militar e 1º Ten aviador, Antonio Carlos Magalhães Alves, de apenas 24 anos.
Ele, casado em março do ano anterior e chegado a cidade há poucos meses, fazia parte do 2º esquadrão do 5º grupo de aviação da Base Aérea de Natal.
Foi em uma manhã de domingo do dia 04 de maio de 1956, a exemplo de muitos jovens naquele época, que o ten Antonio executava saltos nesse trampolim. Foi quando, fazendo essas exibições, bateu com a cabeça em uma das pedras e levando-o a óbito ainda no local.
No mesmo dia o corpo foi levado para o Rio de Janeiro onde foi sepultado, as 16:00h, no cemitério São João Batista. O jovem Antonio deixou esposa e filho recém nascido.
Houve quem dissesse que o trampolim de Areia Preta fosse o salto para a morte. Ou, em uma alusão ao famoso salto na cidade mexicana de Acapulco, fosse o nosso "La Quebrada" potiguar.

Fotógrafo: Luiz Grevy
Ano: Meados dos anos 50

Rua Sen. José Bonifácio - "antiga rua das Virgens"

Cartão postal com vista da rua Sen. José Bonifácio, antiga das Virgens(atual rua Câmara Cascudo) em 1907.

Nessa imagem já é possível ver que a iluminação a gás acetileno já havia sido instalado aqui. Apesar desse tipo de iluminação ter sido inaugurado dois anos antes, o primeiro trecho iluminado não incluía essa rua.
O aumento dos pontos de iluminação em Natal foi intensificado somente a partir de julho de 1907.
Todo o material necessário, chegado importado da Alemanha, foi encomendado pelo Governo que incumbiu a firma Valle Miranda & Domingos Barros a instalação de canos e postes em vários pontos da Cidade Alta e Ribeira. Na ampliação desse sistema a rua Sen. José Bonifácio foi uma das que receberam a nova iluminação.

No centro da foto aparece ainda o belo coreto da praça Augusto Severo, inaugurado em março de 1905.

Nessa rua, em uma casinha de duas janelas e uma porta nasceu, em 30 de dezembro de 1898, o escritor Câmara Cascudo.

Fotógrafo: Não informado
Ano: Cerca de 1907.

domingo, 13 de novembro de 2016

Praia da Montagem

                 Cartão postal com vista para a praia da Montagem em por volta de 1928.

O que era conhecido por praia da Montagem era um pedaço de areia entre o setor conhecido por Rampa e o Canto do Mangue.
Na Montagem, local também conhecido por "canteiro de obras do porto", foi onde se instalou, no final da década de 1920, as oficinas de Fiscalização do Porto.

Era ai, nessas oficinas, que eram construidas, entre outras embarcações, um tipo muito utilizadas nas proximidades dos portos marítimos. Eram essas utilizadas para transporte de cargas não muito grandes e em águas rasas. Segundo Cascudo, foi a montagem dessas grandes alvarengas de ferro que deram o nome ao local. O lugar ficou então sendo um espécie de estaleiro, usado pra construção e reparo de pequenas embarcações.
Pouco tempo depois foi construída, nessa mesma praia, a residência oficial do chefe do Porto, o eng. Décio Fonseca.

Foi para esse local que, com ajuda de um batelão pertencente ao porto, chegou transportado o avião Savoia-Marchetti S.64, avariado durante aterrissagem na praia de Touros. Esse aparelho foi utilizados pelos pilotos italianos, Arturo Ferrarin e Carlos del Prete, durante o Raid aéreo entre a Itália e o Brasil.
Após esse desembarque, que aconteceu em 13 de julho de 1928, o aparelho foi levado para um hangar construído provisoriamente para realizar os reparos. Esse hangar, localizado em terreno pertencente á Fiscalização do Porto, ficava na praia da Montagem.
Passados cerca de 13 dias, as oficinas de Fiscalização do Porto concluíram o conserto da peças avariadas do avião.

Na foto ainda se vê o inicio da construção do cais acostável e, mais a direita, a cábrea flutuante pertencente ao porto.

Fotógrafo: Não informado(editado pela Agencia Pernambucana)
Ano: Por volta de 1928

Praça da Jangada - Praia de Areia Preta

               Cartão postal com vista para a praça da Jangada, na praia de Areia Preta.

Essa praça, inaugurada juntamente com o calçamento da avenida, o trampolim e a balaustrada, fez parte do projeto de urbanização ocorrido na praia de Areia Preta. Foi entregue à população em 4 de janeiro de 1956.

Essas pedras, em frente a praça da Jangada, foi palco de um triste acidente ocorrido no fim da tarde do dia 9 de agosto de 1965.
Nesse desastre, ocorrido com um avião da FAB, perderam a vida dois jovens oficiais aviadores, bastante ligados à sociedade.
Um dos mortos era o Capitão Adolfo Peixoto de Melo, casado com Srª Ana Madalena, filha do Vice-cônsul da Espanha em Natal.
O outro era o Tenente Carlos Schmidt Filho.
Dos três tripulantes da aeronave, apenas o Sargento José Otacilio Santana conseguiu salvar-se.

Em treinamento de rotina comandado pelo capitão Peixoto, o avião de instrução da FAB, um B-26 e de referência 5151, de repente sofreu pane nos motores. O capitão procura então fazer uma aterrissagem forçada em Ponta Negra, mas, verificando a impossibilidade de descer nessa praia, segue em direção a praia do Meio. Infelizmente a aeronave só consegue chegar até Areia Preta, bem defronte a praça da Jangada.
Minutos antes de cair próximo a essa grande quantidade de pedras, a Base Aérea acompanhou pelo rádio os gritos do Capitão Peixoto e do Tenente Schmidt, que pediam desesperadamente socorro à torre de controle.
O capitão Peixoto e o tenente Schmidt, comandantes dessa aeronave, pertenciam ao 5º Grupamento de Aviação e tinham sido recentemente premiados com o troféu de segurança de voo pelo Governo dos Estados Unidos.

Exatamente às 15:55 da tarde o capitão Peixoto avisou pelo rádio que o avião estava em pane. Sem explicar qual era o problema, informou que ia tentar um pouso de emergência na beira da praia de Areia Preta.
Dois minutos depois foi o primeiro a avisar dramaticamente: "Estamos prestes a concluir nosso último voo. Impossível o pouso. Tudo leva a crer que chegamos ao fim".
No minuto final o avião bateu contra a água, voltou novamente e em seguida desapareceu.
O único sobrevivente, o sargento José Santana, operador de voo, ao sentir o desastre iminente, abriu a porta do avião e jogou-se ao mar. Pouco depois era recolhido por pescadores que se encontravam nas proximidades.

Antes de seguir para o Cemitério do Alecrim, os corpos dos dois oficiais, encontrados entre as pedras na manhã do dia 12, foram velados em meio a grande multidão na capela da Base Aérea de Natal. Um guarda de oficiais e sargentos foi formada no local, enquanto aviões sobrevoavam a capela.

Hoje, um dos espectadores sobreviventes daquela época, o único que poderia narrar com precisão todo o ocorrido naquele fim de tarde, é o há muitos anos solitário e já nonagenário coqueiro da extinta praça da Jangada.

Fotógrafo: Jaeci Galvão
Ano: Por volta de 1960

Edifício Fernando Costa

                            Cartão postal com vista para o edifício Fernando Costa.

Esse prédio, localizado na esplanada do Cais do Porto e levantado por ordem do governo federal, foi inaugurado em 13 de novembro de 1940.
Ele havia sido construído para servir de sede as repartições do Ministério da Agricultura com base em Natal.
A escolha pelo dia da inauguração foi uma homenagem ao 3º ano da gestão do titular da Pasta da Agricultura. O nome dado ao prédio se deu da homenagem ao então Ministro da Agricultura, o Sr. Fernando Costa.
A imprensa noticiou que a construção, localizada ao lado do prédio dos Correios e Telégrafos e em frente ao Cais do Porto, foi o primeiro no gênero construído no país.
O prédio servia ainda de estação meteorológica, pois tinha em sua parte superior equipamentos instalados para o serviço meteorológico. Até então o local onde eram recolhidos os dados para análise do tempo ficava a poucos metros desse edifício. Essa outra Estação era o Posto Meteorológico Pereira Reis, na esquina da rua Silva Jardim, em frente ao prédio da Alfândega.

No início da década de 40 era nesse local, em frente ao edifício Fernando Costa, o final do trajeto do bonde na linha para o Porto. Até por volta de 1938 o ponto de partidas e paradas dos "tramways" da Força e Luz era no final dessa avenida, em frente ao Armazém nº 02 do Cais do Porto

Fotógrafo: Grevy
Ano: Final dos anos 40

Avenida Junqueira Ayres e edifício LEX

Cartão postal com vista de parte da então avenida Junqueira Ayres, atual Câmara Cascudo.
No centro da foto aparece o edifício LEX, então sede do Congresso do Estado.

Esse prédio, inaugurado no governo de Augusto Tavares de Lyra, foi mais uma obra do arquiteto mineiro Herculano Ramos.
Teve inauguração em 7 de julho de 1906.

Fotógrafo: João de Miranda Galvão
Ano: Por volta de 1920

Praça Leão XIII e cruzamento das Avenidas Sachet e Tavares de Lyra

Cartão postal com vista para a recém inaugurada praça Leão XIII e o cruzamento das Avenidas Sachet e Tavares de Lyra em por volta de 1919.

Foi com a Resolução Municipal nº 74, de 05 de dezembro de 1902, que o largo(apenas um descampado) em frente à igreja do Bom Jesus passou a ser chamado de praça Leão XIII.
Ficou sendo assim por quase 20 anos.
Há exatamente 97 anos, em 12 de outubro de 1919, o major Fortunato Aranha, presidente da Intendência, inaugurava finalmente uma pracinha no local.
Com belos canteiros floridos, passeios, bancos e um coreto de alvenaria, ficou assim, como vemos nesse postal, a nova praça Leão XIII.

Fotógrafo: Não informado
Ano: 1919

Rua Ulisses Caldas e Palácio Felipe Camarão


 
Cartão postal com vista de parte da rua Ulisses Caldas e do recém inaugurado Palácio Felipe Camarão.

Em 1910 o fotógrafo João Galvão instalou em Mossoró seu estúdio fotográfico de nome "Photo Chic".
Quatro anos depois ele transfere residência para Natal e, na capital, continua sua arte com o mesmo título de seu antigo atelier.
Por volta de 1920 João Galvão, fazendo várias "vistas" da cidade, monta assim sua primeira série de fotografias de Natal editadas para cartão postal.
Essa aqui é uma delas.

Fotógrafo: João de Miranda Galvão
Ano: Por volta de 1922

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Banquete em homenagem ao Vice-Presidente Café Filho

Clique na imagem para ampliar. 


O Governador mossoroense Dix-Sept Rosado e o vice-governador natalense Sylvio Pedroza, participando do banquete em homenagem ao então Vice-Presidente da República, o potiguar Café Filho*, na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Foto de junho de 1951. 

*O  mossoroense Dix-Sept Rosado foi eleito Governador do Estado do Rio Grande do Norte nas eleições estaduais de 1950, tendo como companheiro de chapa a vice-governador, o natalense Slyvio Pedroza, que já havia ocupado antes o cargo de Prefeito da cidade de Natal. Dix-Sept Rosado ocupou o cargo de Governador do RN de 31 de janeiro a 12 de julho de 1951. Foi também prefeito de Mossoró de 1948 a 1951. 

*Slyvio Piza Pedroza, natural de Natal/RN, foi eleito vice-governador do RN nas eleições estaduais de outubro de 1950, na chapa encabeçada pelo Governador Dix-Sept Rosado. Ocupou este cargo entre janeiro a julho de 1951. Em 12 de julho de 1951, em virtude do desastre aéreo ocorrido na cidade de Aracaju, no Estado do Sergipe, que vitimou Dix-Sept Rosado, Slyvio Pedroza assumiu o comando do poder executivo do Estado do RN.  Sylvio Pedroza foi Governador do Rio Grande do Norte, de 13 de julho a 31 de janeiro de 1956. Foi também prefeito de Natal entre 1946 a 1951; Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, já que em sua época o vice-governador acumulava o cargo de Presidente da Assembleia Legislativa. 

*O natalense Café Filho foi eleito vice-presidente da República pelo PSP(Partido Social Progressista), na chapa encabeçada pelo gaúcho Getúlio Dornelles Vargas do PTB(Partido Trabalhista Brasileiro), nas eleições federais de 1950. Ocupou o cargo de vice-presidente entre 1951 a 1944. Com o suicidio do Presidente Getúlio em 24 de agoto de 1954,  Café Filho assumiu a Presidência do Brasil. Ocupou o cargo de Presidente da República Federativa do Brasil entre agosto de 1954 a novembro de 1955. 

sábado, 15 de outubro de 2016

Júlia Barbosa - 1º eleitora de Natal



JULIA ALVES BARBOSA CAVALCANTE  ou simplesmente Júlia Barbosa foi a primeira mulher eleitora da cidade de Natal, e a segunda eleitora do Brasil*.  Júlia Barbosa chegou ainda a exercer o cargo de Intendente Municipal, que atualmente equivale ao cargo de vereadora.

*A primeira eleitora do RN(e também a primeira do Brasil), foi a natalense Celina Guimarães Viana, mas nessa época, residia na cidade de Mossoró, no Oeste Potiguar, onde depositou o seu  primeiro voto. 

sábado, 6 de agosto de 2016

Café Filho - Primeiro Potiguar Presidente do Brasil

JOÃO AUGUSTO FERNANDES CAMPOS CAFÉ FILHO - PRIMEIRO POTIGUAR PRESIDENTE DO BRASIL 


O natalense Café Filho foi o primeiro potiguar a se tornar Presidente da República Federativa do Brasil. Foi eleito Vice-Presidente do Brasil nas eleições de 1950, na chapa encabeçada pelo gaúcho Getúlio Vargas. 

Com o suicídio de Vargas em 24 de agosto de 1954, assume o seu vice, o potiguar Café Filho. Café Filho foi Vice-Presidente do Brasil entre 1951 e 1954. Presidente da República Federativa do Brasil entre 1954 e 1955. Foi também jornalista e Deputado Federal. 

Para saber mais sobre Café Filho, leia: 

Avenida Sachet


Nesse outro cartão postal, também da Agencia Pernambucana, aparece parte de uma outra avenida que foi também, por volta de 1905, arborizada com as frondosas mungubeiras.

Nessa foto, também por volta de 1927, a linha de bonde tinha aqui, na Av Sachet(hoje Duque de Caxias), o mesmo traçado inaugurado ainda em 1911.
Até 1928 os bondes que vinham pela Avenida Sachet, vindos da praça Augusto Severo, entravam na Tavares de Lyra e seguiam até dobrar na Rua Frei Miguelinho. Daí seguiam pelas ruas Silva Jardim, Comercio(hoje Chile), até entrarem novamente pela Avenida Tavares de Lyra. Desse ponto, fazendo o percurso de volta, chegavam novamente na Sachet.
 
No fim do primeiro período de administração municipal do eng. Omar O'Grady, das muitas obras de melhoramentos realizadas na cidade, algumas delas aconteceram aqui, no bairro da Ribeira.

Aqui na Avenida Sachet foi feita, em 1928, a elevação do "Grade"(ajudando no nivelamento da via) e, em seguida, calçamento em paralelepípedo em toda extensão da avenida.  Outra mudança foi no percurso da linha de bonde que, agora, deixava de entrar pela Tavares de Lyra. A partir daí os bondes que vinham da praça seguiam pela Sachet até alcançar a Rua Silva Jardim. Na Rua Frei Miguelinho o bonde, agora fazendo o percurso inverso, voltava até chegar na Tavares de Lyra e em seguida novamente pela Avenida Sachet.
Outra mudança no cenário, dessa vez desnecessária, foi a derrubada de todas as mungubeiras que enfeitavam esse trecho de avenida.
A mesma coisa aconteceu na Avenida Rio Branco, tendo sido as velhas árvores de ramagem  espessa substituídas pelas figueiras  benjaminas.
Várias foram as desculpas para a morte das mungubeiras. De raiz destruidora, diziam que ela não conviveria em paz com o calçamento. A ideia era calçar a cidade e posteriormente arborizá-la, novamente.
Disseram também que a árvore provocava, com a queda da folhagem, aumento dos gastos com a limpeza urbana, pois em certa época do ano, caindo sobre o calçamento e nos passeios mais próximos, obrigava a Intendência a aumentar o número de varredores, provocando prejuízo no erário municipal.
Alegou-se ainda a inconveniência do tamanho dos frutos, que bem podiam cair sobre a cabeça de algum transeunte incauto e abrir-lhe no crânio alguma brecha.

Em 04 de setembro de 1926 um nota escrita no jornal A Republica dizia:
"Um  sopro  renovador passou  sobre  a  cidade  que  parecia cochilar   eternamente   á   sombra   aldeã   de   suas   mungubeiras   frondosas   e   tristes” 

Quase 20 depois, em 01 de julho de 1943, Eloy de Souza, em uma nota no jornal A Republica escreveu.

"Respeitar esse passado não é desprestigiar o fícus-benjamin, sucessor único, ao que parece das frondas um tanto selvagens, mas, por isso mesmo, bem mais majestosas, das nossas velhas mungubeiras. Sabe-se que esse exemplar da flora amazônica não tem plasticidade para ser transformado pela tesoura do jardineiro em animais e objetos vários. Nenhum desses mágicos, por maior que fosse a sua habilidade, poderia reduzir uma mungubeira à condição de um elefante ou banco de jardim suburbano, como é possível fazer com o domesticável fícus."

O fim dessa história é que a mungubeira perdeu.
Segundo ainda Eloy de Souza, ela perdeu para a monotonia do fícus Benjamin, que tem, sem contestação, beleza natural, mas não tem a galhardia da sumaúma amazônica.

Fotógrafo: Não informado
Ano: Por volta de 1927

domingo, 19 de junho de 2016

Praça 7 de Setembro e Palácio do Governo

Cartão Postal com vista para a praça 7 de Setembro e Palácio do Governo.

Um detalhe interessante aqui é o selo postal colado nesse cartão.

Foi em 12 de outubro de 1954 que o DCT, Departamento de Correios e Telégrafos, coloca em circulação um selo comemorativo da "Transladação da França para o Brasil, dos Despojos de Nisia Floresta Brasileira Augusta".
O selo, com a emissão de um milhão de exemplares, tinha valor de Cr$ 0,60, cor vermelho-bordeaux e em formato retangular. A data comemorava o 144º aniversário de nascimento da escritora e educadora potiguar.
Em setembro do ano anterior o presidente da república assinava decreto abrindo ao Ministério da Educação e Cultura um crédito, no valor de mais de 100 mil cruzeiros, no sentido da transladação, da França para o Rio Grande do Norte, dos restos mortais de Nisia Floresta e os de sua filha.
Em 13 de setembro de 1954 os despojos chegam ao Porto de Natal. De lá são levados inicialmente para uma das dependências da Alfândega e só depois levados para a Igreja Matriz de Natal. Enquanto isso o monumento de Nísia Floresta, inaugurado em 12 de outubro de 1909, é ampliado para receber definitivamente os seus restos mortais.

Ao lado do selo existe um carimbo, também comemorativo, em alusão aos 10 anos da Real Transportes Aéreos. Essa foi uma companhia aérea brasileira fundada no ano de 1945 por um empresário paulista. Foi extinta cerca de 15 anos depois, época em foi tomada pela Varig.





Fotógrafo: Não informado
Ano: Inicio dos anos 1950

Praia de Areia Preta - Natal RN

Cartão postal com vista para a praia de Areia Preta

Essa foi foto feita quase no mesmo ângulo da imagem feita, quase 10 anos depois, por Jaeci Galvão (http://tudodenatalrn.blogspot.com.br/2016/06/praia-de-areia-preta-natal-rn.html).




Fotógrafo: Jorge Mário
Ano: Por volta de 1946

Praia de Areia Preta - Natal RN

Cartão postal com vista para a praia de Areia Preta. 

Na imagem aparece o morro que já foi descrito como o ponto culminante de todo o cordão de dunas de nosso litoral.
No ano de 1864, quando o hidrógrafo francês Ernest Mouchez realizou estudos na costa do Brasil, esse atestou em seu relatório final que o morro das Mochilas media 128 metros de altura. Ele afirmava ser essa duna a segunda mais alta do litoral potiguar. Para Mouchez a "haute dune" ficava ao sul de Tabatinga e teria 130 metros de altura. Dessa maneira seria esse o ponto mais elevado.

Foi cerca de oitenta anos depois, quando o oficial do Serviço Geográfico do Exército Nacional, o major João Melo de Morais, estudava mais demoradamente a região, disse ser a duna na praia de Areia Preta o ponto mais elevado da faixa litorânea riograndense.
Segundo as medições de Morais a duna que defrontava com a Ponta do Pinto media 124 metros de altitude. Ele então afirmou que o morro das Mochilas era o mais altaneiro, ficando, assim, dentro dos limites da capital do Estado, o monte mais proeminente de sua costa.
Talvez por esse motivo tenha sido ali, no alto do morro das Mochilas, o local escolhido para ser inaugurado, em agosto de 1951, o novo farol de Natal.


 Fotógrafo: Jorge Mário
Ano: Por volta de 1948(postal circulado em dezembro de 1948)

Praia de Areia Preta - Natal RN

Cartão postal com vista para a praia de Areia Preta em meados da década de 50.

Grande parte das fotografias do fotógrafo Jaeci Galvão, das editadas para cartão postal, foram colorizadas.
Essa mostra um trecho da praia de Areia Preta por volta de 1954. A foto foi tomada próximo ao antigo Trampolim, também construído na urbanização da praia ocorrida no governo estadual de Sylvio Pedroza.




Fotógrafo: Jaeci Galvão
Ano: Por volta de 1954